TÁ TUDO DOMINADO?

COMO AS OPOSIÇÕES POLÍTICAS MORREM EM IPIRÁ

“Se não fosse o Conexão o povo não falava não”. Quem lembra do bordão? Cadê a oposição de Ipirá (BA)? Cadê a Emissora de Rádio oposicionista de Ipirá que batia no Governo Municipal em todos os dias úteis da semana, que logo pela manhã descia sem pena, sem dor, sem piedade e sem lágrimas a ‘madeira’ na situação, no Prefeito do município, no Governo Municipal de Ipirá?

Por Orlando Santiago Mascarenhas
ipiranegocios.com.br
06/09/2025 - Corrigido em 10/09/2025

OPOSIÇÃO EM IPIRÁ, EM PASSADO RECENTE
- BREVE HISTÓRICO

(Ipirá Negócios) - Quem em Ipirá não se lembra de um inesquecível programa de oposição em Ipirá? O Programa matinal (no auge, no ano de 2016), era divulgado em conhecida Emissora de Rádio local de abrangência em todo o município e mesmo em municípios circunvizinhos.

O programa de rádio acontecia todos os dias úteis da semana, onde logo pela manhã descia sem pena, sem dor, sem piedade e sem lágrimas a ‘madeira’ no prefeito e na situação e ainda sempre acentuava: “Se não fosse o Conexão o povo não falava não”.

“Se não fosse o Conexão o povo não falava não” - Na época Ipirá Negócios ouvia o programa todos os dias (por ofício do trabalho). No início a reportagem achava que existia exageros, mas também reconhecia que o âncora do programa, juntamente com a sua produção passavam muitas vezes segurança nas suas divulgações, onde na maioria das vezes as reclamações eram vindas via telefone, por pessoas ou ouvintes, de maneira que as queixas assim realizadas passavam credibilidade nas suas denúncias,

Ademais, a transmissão era uma manifestação democrática, de liberdade de opinião. Na verdade, a difusão era um canal que veiculava, que propagava as reclamações populares. Ainda, o estilo de programa quando sério é uma autentica ouvidoria popular que faz muito sentido, na medida que todos os ouvintes tomam conhecimento de problemas que dizem respeito quase sempre a população mais carente, e assim o programa passa a ser um canal que dá voz as pessoas mais necessitadas de serem ouvidas, as vezes tão difíceis de serem atendidas, de outra maneira.

Na época referida, na passagem de alguns prefeitos, Ipirá Negócios conversou com alguns deles, de maneira que a reportagem relembra com veracidade momentos relacionados a comunicação da rádio oposicionista e a sua repercussão, a sua ação causada em alguns gestores locais.

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Ex-prefeito Diomario Sá, ignorava e não ouvia o programa - Na administração de Antônio Diomario (2004-2008 a 2008-2012), Ipirá Negócios em entrevista com o prefeito, a reportagem perguntou o que ele achava do programa (Se não fosse o Conexão o povo não falava não) e se ele ouvia ou tomava conhecimento do noticioso agressivo, diário e persistente voltado a bater incansavelmente na Gestão Municipal.

Diomario respondeu que dificilmente ele ouvia o programa, e raramente procurava tomar conhecimento das suas graves acusações. De acordo com Diomario, ele não ouvia porque se ele fosse dar atenção, mesmo agindo e dando respostas através de ações judicias (Direito de Resposta) contra o seu opositor, ele não iria ter tempo para mais nada, já que programa batia na administração fervorosamente todos os santos dias.

Ainda segundo Diomario, ele preferia não ouvir e nem mesmo tomar conhecimento das denúncias contra o seu Governo, pois, para ele ao agir assim, sem procurar ouvir as agressivas denúncias do opositor ele estava acima de tudo preservando o seu tempo e a sua integridade mental necessária ao seu trabalho como gestor, necessária para o bom andamento da sua administração.

Ex-prefeito Ademildo Almeida (in memoriam), mandava fazer um relatório de tudo o que foi dito no programa - Já outro prefeito, Ademildo Almeida (2013 / in memoriam) para o qual a reportagem prestou serviços de assessoria de comunicação, a postura do prefeito era de preocupação com as notícias veiculadas na emissora oposicionista, de maneira que o gestor solicitava que o agressivo programa de rádio fosse ouvido, e ainda que fosse feito logo pela manhã, durante a sua radiodifusão, um relatório preciso e claro de tudo que fosse divulgado pelo programa considerado rival e oponente. Salientando que o relatório deveria ser entregue todos os dias úteis, ainda na parte da manhã.

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COMO AS OPOSIÇÕES POLÍTICAS MORREM EM IPIRÁ

RENOVA IPIRÁ NÃO RENOVOU - Ainda em termos de oposição, em torno do ano de 2012, o Grupo Político RENOVA IPIRÁ, que surgiu prometendo ser uma nova e forte oposição contra os tradicionais Grupos ‘Jacu x Macaco’, estreou nas eleições municipais de Ipirá.

O grupo era formado principalmente pelos postulantes políticos: René Saint Clair (Empresário / Bioquímico), Eraldo Campos (Empresário), Jolival Soares (Empresário / Bioquímico), Agildo Barreto (Professor / Historiador), Genesito Santiago (Comerciante / In Memorian), Arismário Sena (Professor / In Memorian), Joan Batista (Empresário) e outros.

Infelizmente, no ano de 2016, com o novo Grupo político ainda em visível crescimento popular, já contando com o simpatia de muitos ipiraenses esperançosos de contarem enfim com uma terceira via política local, viram para a frustação de muitos, o novo grupo ainda emergente realizar aliança política com o Grupo ‘Macaco’.

Com exceção dos candidatos Eraldo Campos, Jolival Soares, Agildo Barreto, Genesito Santiago e Joan Batista, o restante do Grupo, dentre eles quase todos os seus componentes principais, não resistiram aos encantos da proposta encantadora e sedutora ofertada pelo Grupo ‘Macaco’ e se bandearam para o forte Grupo antes mesmo do Grupo Renova criar raízes e assim se fortalecer, onde hoje, se o Grupo persistisse na oposição, poderia certamente ser um forte grupo de oposição no município.

Leia aqui a matéria do Ipirá Negócios, editada na época (21/05/2016) sobre a aliança partidária ocorrida entre o Renova Ipirá e o Grupo ‘Macaco’ – Renova Ipirá não Renovou

A ARTE DE COMO MATAR OU ENFRAQUECER UMA
OPOSIÇÃO POLÍTICA EM IPIRÁ

Do episódio acontecido no passado, ainda não tão distante, com a eliminação impiedosa do Grupo RENOVA da disputa política local, onde os opositores alardeavam que o novo grupo político poderia concorrer, que o grupo com um respeitável candidato a prefeito (Eraldo Campo) iria ter muitos votos, mas a agremiação jamais iria se eleger no município, pois o espaço já estava dominado pelos velhos grupos ‘Jacu x Macaco’.

Do esmorecimento do Grupo Renova, da escassez de apoio financeiro, da falta de coesão política interna forte, da falta principalmente de motivação de alguns dos seus idealizadores em acreditar em uma vitória que poderia acontecer não naquele momento, não naquela eleição, mas acreditar que o grupo precisaria de um período para crescer raízes e com o tempo tornar-se forte, o Renova acabou assim se aliando, formando uma aliança política com o Grupo ‘Macaco’.

Do resultado desta aliança, na época, mesmo com a soma dos votos levados pelo Renova, o Grupo ‘Macaco’ perdeu as eleições municipais e o Renova Ipirá, um grupo que tinha surgido forte, em decorrência de ter despertado no povo uma esperança oposicionista, em decorrência da parceria com quem deveria ter feito oposição, com a derrota do coligado mais forte, decretou assim a sua morte prematura e rápida, desaparecendo completamente do cenário político local.

O episódio ocorrido com o Renova mostrou que Ipirá tem um estrategista político (Macaco e ex Jacu) maquiavélico, catedrático e experiente na arte de aniquilar, de exterminar, ou ainda pior, as vezes não matar, mas enfraquecer uma oposição, onde muitas vezes este ato de eliminar uma oposição política acontece ainda no nascimento da oposição (do Grupo político), mas que pode acontecer também, como atualmente acontece, no enfraquecimento de uma antiga e forte oposição partidária, onde não mata o Grupo Político, mas o enfraquece, e pode ainda até mesmo presentear, a nova e também a antiga oposição, com uma fatia do almejado e sedutor poder político alcançado e estrategicamente assim perpetuado.

PT escolheu o caminho das alianças partidárias com o Grupo ‘Macaco’ – O partido PT em Ipirá, durante quase toda a sua existência no município raramente foi oposição aos Grupos dominantes ‘Jacu e Macaco’. Em quase todas as eleições o Grupo escolheu o caminho mais fácil e seus dirigentes na maioria das eleições se aliaram ao Grupo ‘Macaco’.

Infelizmente, o partido que poderia ser no município uma opção de oposição aos Grupos dominantes atuais, construíram com o tempo um partido político, que em decorrência de suas alianças com o Grupo ‘Macaco’, acabou não criando uma identidade local forte de oposicionista no município.

No momento presente, apesar de tantos problemas, nota-se uma falta visível de oposição partidária e mesmo a falta da atuação dos meios de comunicação local (rádios e sites) que façam uma saudável, salutar e necessária oposição mais forte no município, onde em mais de 8 meses de gestão administrativa, com exceção dos Festejos Juninos, e algumas poucas obras realizadas pelo Estado, a administração municipal tem mostrado muito pouco de sua atuação administrativa, ainda na solução mesmo de problemas corriqueiro e existentes em todos os municípios brasileiros.

Do exposto, nota-se muito forte a falta dos meios de comunicação e de mesmo agremiações políticas, de homens e mulheres oposicionistas que provoquem o debate e assim influenciem o surgimento de uma administração municipal mais expressiva que leve a busca de tirar o município do moroso desenvolvimento rural e urbano, evidenciado pelo crescimento visível de muitos municípios circunvizinhos e assim tirar Ipirá do atraso manifestado pelas últimas administrações vexatórias e pífias do município.

Atuação da Câmara de Vereadores de Ipirá - A pouca oposição existente na atualidade vem apenas de uns poucos vereadores, faltando assim o debate, e as críticas construtivas que muitas vezes empurrem o avanço administrativo do município.

Alguns poucos vereadores ainda defendem a sua atuação, preservam o seu mandato com cobranças e fiscalizações da administração pública.

Já muitos outros Edis, ao fazerem o uso da Tribuna, ainda que exaltados não mostram a realidade do dia-a-dia do município e só mostram um grande e visível alinhamento, com o poder, com o prefeito do município, com a situação administrativa e mais nada.

A verdadeira função de um vereador - A verdadeira função de um vereador não e ‘puxar o saco’ do prefeito. Ainda que apoiem o prefeito os vereadores tem que lembrar que para honrar o seu mandato eles têm que não esquecer quem paga os seus salários (o povo).

Ainda sempre lembrar que a principal função de um vereador é cobrar e fiscalizar os gastos municipais, acima de tudo se o dinheiro público está sendo usado com TRANSPARÊNCIA de gastos e se as verbas públicas estão sendo usadas com prioridades administrativas que assim tragam o progresso em benefício de todos e não como muitas vezes acontece, em muitos municípios, quando grande parte do dinheiro público, se não fiscalizado, vai acabar nos bolsos de alguns prefeitos e mais meia duzia de apadrinhados do poder. Ainda salientando que o principal compromisso de um vereador é com o povo que o elegeu e paga o seu salário, e assim esperam o seu verdadeiro apoio com cobranças pela TRANSPARÊNCIA, pela defesa do que é público, do que é do povo.

TÁ TUDO DOMINADO? - Infelizmente, atualmente a realidade e a verdadeira impressão do momento político atual de Ipirá lembra uma frase famosa de uma música popular, ainda uma frase muito usada nas prisões brasileiras: TÁ TUDO DOMINADO.

Esperar pra ver - Do cenário político ipiraense atual, há fortes indicações que estrategicamente uma família tradicional da política local pode estar se mantendo no poder político ipiraense por muitos anos. É esperar pra ver.

Orlando Santiago Mascarenhas (autor)
Formado em Jornalismo/Comunicação Social pela Faculdade de Ensino Superior de Feira de Santana (UNEF). Bacharel em Direito formado pela Faculdade Anisio Teixeira (FAT). Criador e Fundador do site Ipirá Negócios em 20/04/2006 | Redes Sociais: Facebook | Instagram | Twitter (X) | YouTube

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