BRUXELAS, 
                                BÉLGICA (FOLHAPRESS) - Luxemburgo se tornou o 
                                primeiro país europeu a permitir que adultos cultivem 
                                até quatro pés de cânabis por família para consumo 
                                próprio, inclusive recreativo. 
                                 
                                A permissão existe no Uruguai desde 2013, no Canadá 
                                desde 2018 e em parte dos estados americanos. 
                                 
                                 De 
                                acordo com o pacote de medidas, apresentado por 
                                ministros de Segurança Interna, Justiça, Saúde, 
                                Educação, Infância e Juventude e Negócios Estrangeiros 
                                e Europeus, o objetivo é "lutar de forma 
                                eficaz e sustentável contra os problemas relacionados 
                                com as drogas ilícitas", principalmente o 
                                tráfico, que continua a ser crime. 
                                 
                                Também é proibido usar a droga em público e vendê-la: 
                                apenas o comércio de sementes passa a ser liberado. 
                                 
                                O porte e uso público de até três gramas, porém, 
                                deixa de ser crime e passa a ser contravenção, 
                                com pena de advertência e multa. 
                                 
                                A descriminalização do usuário é semelhante à 
                                adotada há décadas em Portugal, onde a questão 
                                é tratada como um problema de saúde, e não policial. 
                                A opção portuguesa tem dado bons resultados. 
                                 
                                Já na Holanda, que há 30 anos tem uma política 
                                de tolerância ao consumo de maconha, a planta 
                                não foi até hoje legalizada, o que leva donos 
                                de coffeeshops e usuários a questionar se o país 
                                não ficará para trás nesse mercado. 
                                  
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                            O 
                                pacote do governo de Luxemburgo não limita a quantidade 
                                de sementes que pode ser comprada nem seus níveis 
                                de THC (tetrahidrocanabinol), principal elemento 
                                psicoativo da planta. 
                                 
                                 A 
                                liberalização tinha sido decidida há dois anos 
                                pelos partidos que sustentam o governo de Luxemburgo: 
                                liberais, sociais-democratas e verdes. 
                                 
                                A legalização da produção e venda de maconha reguladas 
                                pelo Estado ainda está em estudo. Os planos são 
                                usar as receitas do produto em campanhas de prevenção 
                                da dependência, educação e saúde. 
                                 
                                A nova regra luxemburguesa vai de encontra à convenção 
                                da ONU sobre o tema, que limita "exclusivamente 
                                para fins médicos e científicos" a produção, 
                                o comércio, a posse e o uso de drogas, incluindo 
                                cânabis. 
                                 
                                É por causa da convenção da ONU que o governo 
                                português não legalizou a produção de maconha, 
                                embora e ideia seja defendida por parte dos especialistas 
                                que atuam na área no país. 
                                 
                                POR 
                                FOLHAPRESS 
                                  
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