O
relator especial das Nações Unidas
para o direito à alimentação, Olivier
De Schutter, afirmou hoje que os
agricultores de subsistência estão
em risco nos países em desenvolvimento.
Segundo ele, um volume de terras
de tamanho equivalente ao total
disponível na França vem sendo negociado
com investidores estrangeiros desde
2006. "Estou extremamente preocupado
ao ver estas transações envolvendo
áreas muito grandes de terra, que
ameaçam a habilidade das pessoas
de continuar a agricultura de subsistência",
disse
Em
relatório, De Schutter citou estimativas
de que "entre 15 milhões e
20 milhões de hectares foram negociados
com investidores estrangeiros desde
2006" nos países em desenvolvimento.
Ele afirmou que essa área equivale
a toda a área rural da França ou
a um quinto de toda a terra agrícola
da União Europeia. A maior parte
dos negócios envolve arrendamentos
ou venda de terras em regiões como
África subsaariana, Ásia, América
Latina e Leste europeu
De Schutter comentou que muitos
produtores de subsistência têm poucos
direitos sobre a terra, enquanto
as elites locais enxergam nos interesses
estrangeiros uma oportunidade de
negócio. "A chegada de investidores
estrangeiros está levando ao crescimento
da especulação sobre a terra",
criticou, destacando que a maioria
das safras resultantes é destinada
à exportação, em vez de abastecer
os mercados locais de alimentos
"Estou surpreso em dizer que,
em metade dos casos, as safras não
produzem comida, mas combustíveis
para abastecer a crescente demanda
por bioenergia nos países ricos",
disse o especialista em direitos
humanos das Nações Unidas aos jornalistas.
De Schutter pediu diretrizes internacionais
sobre o manejo de terras, para garantir
os direitos das comunidades locais.
As informações são da Dow Jones.
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